Nome também de monte e de um lugar no concelho de Arouca. Deriva talvez do nome comum ``fuste``, do latim fuste, com o significado de ``acha, vara de lenha, pau``.
A. de Almeida Fernandes e Filomeno Silva colocam o problema de o nome do lugar ou povoação se dever ao monte ou o deste se dever ao do local, afirmando dada a quantidade de documentos sobre o Monte de Fuste que ``a insignificância do povoado é tal, com a frequência e predominância da designação orográfica, que tudo nos leva a admitir que a designação pertenceu inicialmente á montanha, que é dominante e vasta. O facto de haver dois lugares de Fuste em vertentes opostas do ``monte Fuste`` (ou ``de Fuste``), isto é, em Moldes (Arouca) e Rôge (Cambra), além de únicos em Portugal, confirma-nos o que atrás referimos. Daí, também, o problema da própria etimologia. A forma antiga é já a actual, Fuste- de acordo com a estrutura fonética, muito simples, do vocábulo: mas admitir o lat. Fuste (como faz o autor do DO-2, p. 680, visto que o diz ``do subst. masc. Fuste``, o que podia ser um erro cronológico, pelo menos, e só o não é por motivo estrutural fonológico) é que não parece aceitável, pois nenhuma das significações da palavra se adequa á função, ou, melhor, á motivação toponímica - nem sequer na forma do monte, que, como ficou dito, é uma vasta e estirada montanha.
Se admitíssemos a origem latina (o lat. fustis acaso já a tivesse pré-romana, *fust), talvez que o nome se devesse á frondosidade da vegetação (arbórea) na época da designação. E note-se que, sendo a outra montanha do lado oposto do vale designada Serra Seca, o contraste de sentido parece perfeitamente compreensível com a etimologia que, sob reserva propomos. Não julgamos que a arqueologia tenha que ver na designação Fuste (que é única, com duas manifestações na região da montanha - raridade de acordo com a fraqueza vocabular de tal étimo). O nome ``fuste`` significaria, pois, bosque, floresta, de árvores de grossos troncos (``fustes``), num sentido e uso muito regionais, pelo menos: um n. comum cedo perdido, explicando a sua raridade toponímica e nulidade vocabular documentada.``