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Capela de Santa Helena

A capela de Santa Helena, edificada no lugar de Santa Cruz, encontra-se implantada numa plataforma da encosta que se abre sobre o vale, inserida num adro aberto, pavimentado em 1999.
Erguida para substituir a capela existente, dedicada à Santa Cruz, que pelas suas dimensões exíguas e mau estado de conservação não oferecia condições para o culto, o seu ante-projecto foi enviado ao Bispo do Porto, pelo pároco de Rôge, João Augusto da Fonseca Guerra, a 21 de Junho de 1971, tendo sido aprovado e autorizada a construção pelo referido bispo, D. Florentino de Andrade e Silva, a 12 de XI de 1971. Concluída em 1973, a sua construção esteve cargo de Aurélio Soares Almeida. Em 1999, a capela sofreu obras de remodelação que a transformaram profundamente, tendo sido inaugurada a 11 de Julho desse mesmo ano, pelo padre Joaquim Soares, pároco das freguesias de Macieira de Cambra e Rôge.
A capela é um exemplar de arquitectura eclética, que apresenta uma planta longitudinal composta por nave e capela-mor volumetricamente distintas, sacristia adossada à capela-mor do lado direito e alpendre encimado por torre sineira, quadrangular, a meio da fachada principal.
O templo apresenta, encostado à fachada, um pequeno alpendre, de empena saliente e com cobertura de telha, suportado por pilastras, que dá acesso ao portal. A fachada propriamente dita, com embasamento e de claros rebocados e pintados, exibe portal único, rectangular e moldurado, ladeado por dois janelos e duas janelas de arco de volta perfeita, molduradas, ornadas com vitrais. Aporta, de madeira, é decorada com florões, cruzes e cálices com a hóstia consagrada. Na continuação do alpendre, a meio da fachada, ergue-se a torre sineira de quatro ventanas, de arco de volta perfeita, molduradas e cobertura de telha sobrepujada por cruz de metal. A torre é adornada com um registo de azulejos policromados representando Santa Helena.
Os alçados laterais, de claros rebocados e pintados, exibem na zona da nave uma janela moldurada. No alçado lateral, do lado direito, a janela encontra-se parcialmente encoberta pela entrada de acesso à sacristia. Esta, adossada entre a capela-mor e a nave, apresenta porta travessa e uma janela. O alçado posterior, de claros rebocados e pintados, apresenta duas frestas laterais, na zona do altar-mor.
O interior, de uma só nave, apresenta as paredes rebocadas e pintadas de branco adornadas por urna Via-Sacra, o chão com pavimento de mosaico e o tecto, artesoado, forrado a caixotões de madeira, de secção poligonal, suportados por asnas.
A luz natural é filtrada por um conjunto de vitrais policromos, que adornam as janelas. Os vitrais das janelas do coro exibem a imagem da padroeira. Junto à porta de entrada, uma escadaria para acesso à torre, situada do lado direito. Dá acesso à capela-mor um arcatura tríplice, formada por dois arcos colaterais de volta perfeita e pelo arco triunfal em ogiva, assentes sobre colunas de fuste cilíndrico, assente sobre pedestal e encimado por capiteis. De dimensões pouco usuais, este arco tríplice permite ver, em destaque, o retábulo-mor e as ampliações laterais da capela-mor. Na parede, sobre os arcos, rasgam-se nichos para colocação de imagens. No nicho central encontra-se uma imagem de Santa Helena e, nos nichos laterais, uma imagem de Santo António, à esquerda e uma imagem do Sagrado Coração de Jesus, à direita.
Aos lados da capela-mor, dois vãos de acesso às capelas laterais e ao centro, uma mesa de celebrações e um ambão, ambos de madeira. Na parede do topo rasga-se um arco de volta perfeita que dá acesso à ousia, onde se encontra o retábulo-mor. A um e a outro lado do arco, as paredes são adornadas por imagens colocadas sobre peanhas. No lado esquerdo, uma imagem de Nossa Senhora de Fátima e, no lado direito, uma imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem. Sobre o arco, aposto na parede, um Crucifixo.
O retábulo-mor, de madeira entalhada, dourada e policromada, é proveniente do Seminário Apostólico S. João de Brito, que funcionava na Cruz de S. Domingos em Macieira de Cambra, quando este encerrou na década de 1950.
O retábulo é composto por duas colunas pseudo-salomónicas compostas por cinco espirais à volta das quais se enrolam pâmpanos, cachos de uvas e fénices que debicam bagos de uvas. As colunas, que assentam em mísulas decoradas por uma flor envolta em folhagem, são encimadas por capitéis coríntios que sustentam o remate cuja estrutura, em forma de arco perfeito, é constituída por uma arquivolta torsa que segue a mesma gramática decorativa das colunas.
As colunas enquadram nichos de perfil rectangular e arco de volta perfeita. Os nichos laterais, delineados por uma moldura de perlados e adornados, inferior e superiormente, por palmetas dentro de cartelas, acolhem as imagens de São Joaquim, no nicho do lado esquerdo e de Santo Agostinho, no nicho do lado direito. O nicho central, guarnecido por larga moldura, guarda a imagem de Santa Helena, colocada sobre peanha, de formato mistilíneo, lavrada por ornatos de motivos vegetalistas. Ao centro do banco enquadra-se o sacrário, de formato rectangular, que exibe na porta um relevo com um cálice encimado pela hóstia consagrada, usualmente coberto por pavilhão. O retábulo é suportado por uma banqueta, em forma de urna, ornada por enrolamentos de acanto que partindo de uma cartela central se ramificam pelo bojo. Completam o conjunto, quatro castiçais de talha, colocados sobre a banqueta. a flanquear o sacrário.


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